JUSTIÇA PRÓPRIA

"Deus é um juiz justo." (Salmos 7:11)

A justiça de Deus em nada tem a ver com a justiça do homem, pois a justiça do homem não considera a bondade, a tolerância e a paciência de Deus que leva ao arrependimento.

Quem tem justiça própria, ou seja, dotado de sua própria justiça, já é juiz e não precisa de outro (Jesus). Sendo assim, a bíblia diz que: "...está condenado a si mesmo naquilo em que julga." "...pensa que escapará do juízo de Deus?" (Romanos 2)

Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento. Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento". (Romanos 2:5-6)

Justiça própria é quando tomamos de Deus a condição de conduzir a vida, dizendo saber o que está fazendo, impondo aos outros regras que nós mesmos não conseguimos cumprir, sem ao menos dar oportunidade de arrependimento quando outros não cumprem.

De modo geral, quem se utiliza de justiça própria tem dificuldades de ouvir à Deus verdadeiramente, ouvindo mais sua própria alma, dizendo que Deus falou quando não disse nada.
Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e proferem adivinhações mentirosas. (Ezequiel 13:9)

Como uma espécie de droga, quem pratica a justiça própria tem grande dificuldade de depender de Deus, sendo totalmente dependente de si mesmo. Não sabe esperar.

Para Deus, justiça própria é "praticar o mal". Todo aquele que pratica sua própria justiça, colhe amarguras.
Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal. (Romanos 2:9)

Hoje em dia, vivemos a síndrome de Jó: "...e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal." (Jó 1:1). Jó tinha estas excelentes qualidades, porém o Senhor não o considerava “justo” aos Seus olhos. Aos olhos de Deus, Jó não era justo, mas aos seus próprios olhos sim: "Então aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos." (Jó 32:1). A síndrome de que digo é esta, que cristãos se preocupam muito com o que é visto de fora pra dentro, porém pouco se importa com o interior, que Deus enxerga.

Ninguém gosta de conversar com alguém cheio de justiça própria, nem mesmo Deus. A motivação de haver justiça própria no coração do homem é o orgulho e, sobre isso Deus diz que resiste a estes, mas concede graça aos humildes.

O dotado de sua própria justiça tem até dificuldades para entrar na presença de Deus em oração. Veja o que Jó disse e como seu discurso é dotado de orgulho:
"Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. Exporia ante ele a minha causa, e a minha boca encheria de argumentos. Saberia as palavras com que ele me responderia, e entenderia o que me dissesse. Porventura segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não: ele antes me atenderia." (Jó 23:3-6)

Minha boca se encheria de argumentos? Pode alguém argumentar com Deus?

Deus se escondia de Jó: "Mas, se vou para o oriente, lá ele não está; se vou para o ocidente, não o encontro. Quando ele está em ação no norte, não o enxergo; quando vai para o sul, nem sombra dele eu vejo!" (Jó 23:8,9)

Jó é a representação do homem atual, na sua natureza caída, na sua carnalidade.

Exatamente por este motivo, foi que o Pai nos concedeu Seu filho Jesus, para que, através d'Ele, fossemos considerados justos, mas não uma justiça própria, e sim uma justiça divina, em que o Pai olha para nós e não nos vê em nossos delitos e pecados, mas enxerga o sangue de Cristo derramado sobre nós, nos tornando a justiça de Deus.

"Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus." (2 Coríntios 5:21)

Todo aquele que anseia por justiça, mas deixa Deus agir, recebe justiça.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. (Mateus 5:6)

Hoje, deixando Jesus ser a nossa justiça, somos a justiça de Deus.

A couraça da justiça, um dos itens da armadura de Deus, é para que, ao enfrentarmos uma situação de conflito em que nos exige julgar a situação, não a julguemos com o nosso coração, mas com a justiça de Deus. É como se a justiça de Deus, assim como uma couraça, protegesse nosso coração de agir por conta própria, deixando essa condição para Deus.

Portanto, à você que chegou até aqui nessa leitura, permita-se ser a justiça de Deus aqui na terra, esquivando-se de sua própria justiça, com um coração humilde e quebrantado, dando sempre oportunidades aos outros, sendo mais tolerante, bondoso, manso e com domínio próprio.

São as qualidades do fruto do Espírito que nos fazem ser a justiça de Deus.

Você é a justiça de Deus!

Márcio Patrocinio - 12 do Pastor Edalvio Jandre



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SANTIDADE NO CASAMENTO: VIVENDO EM HONRA E CONTROLE SEGUNDO A VONTADE DE DEUS

AMAR ATÉ O FIM

O MUNDO JAZ NO MALIGNO: COMO CAMINHAR EM LIBERDADE E ESPERANÇA